5 livros para melhorar a produtividade do escritório de advocacia

Nos últimos anos alguns bons livros foram publicados sobre gestão de escritório de advocacia, oferecendo uma visão muito mais moderna, em obras que oferecem mais prática do que teoria.

A seguir você vai conhecer 5 desses livros, voltados para o mercado jurídico, que podem ajudar a melhorar a produtividade do seu escritório:

1. Michael E. Gerber – O mito do empreendedor

O autor classifica os empreendedores em 3 classes: visionários, administradores e técnicos. Nessa última categoria estão inclusos os advogados e outros profissionais técnicos que, segundo Gerber, costumam tratar o escritório de advocacia como um lugar de trabalho.

Para não ter problemas com a administração, Gerber oferece dicas de como iniciar um escritório, abordando os principais pontos de um plano de negócios.

2. Camila Berni – Gestão de escritório de advocacia

Berni trata de um assunto específico: a gestão do escritório e a estratégia de prospecção e manutenção de clientes na advocacia com o enfoque da Disney, uma empresa que é referência em excelência em serviços e encantamento de clientes, tendo obtido um índice de fidelização de 80%.

O livro constata que os clientes querem atenção e compram experiência e é com base nisso que o texto foi desenvolvido. Apresentando uma linguagem bastante contemporânea, a obra adapta o método de gestão Disney ao dia a dia do escritório de advocacia, trazendo também exercícios práticos para que o leitor possa anotar insights e implementar as técnicas na prática.

3. W. Chan Kim e Renée Maubourgne – A estratégia do oceano azul

Nos mercados em que existe maior competição, o que normalmente ocorre é que todos terminam disputando com todos, gerando uma luta insana que vai resultar na redução do preço e onde todos os concorrentes acabam perdendo.

O livro “A estratégia do oceano azul” conta a história de empresas que estavam num oceano vermelho, ou seja, muito disputado e concorrido, e que migraram suas atuações para o oceano azul, onde o preço não é levado em conta pelo cliente na hora de escolher a contratação.

Através de uma metodologia criativa, o livro leva o leitor a pensar em meios de tornar a concorrência irrelevante, nadando para longe da disputa sangrenta existente, uma situação vivenciada hoje pela advocacia.

4. Beatriz Machnik – Valorização dos honorários advocatícios

Muito da atividade do advogado não é visto pelo cliente e a medição do trabalho e de sua cobrança é uma tarefa bastante difícil. Muitos fatores interferem na precificação dos honorários, envolvendo, inclusive, a experiência, a reputação, o tempo de atividade, a especialização e a velocidade do diagnóstico, além da construção da marca do escritório.

A autora já oferece experiência com outros livros sobre advocacia, trazendo com muita propriedade a consciência de que se profissionalizar e estruturar a gestão do escritório de advocacia são questões básicas para a profissão, contribuindo para o bom posicionamento e para o crescimento do escritório.

5. Mario Esequiel – Gestão eficiente de escritórios de advocacia

Esequiel se dirige aos sócios e aos administradores do escritório de advocacia nesse livro que apresenta um estilo bem moderno, inserindo os conceitos de administração empresarial no âmbito dos escritórios de advocacia.

Oferecendo um olhar mais humano sobre a equipe e sobre seu desenvolvimento, a obra é fruto da experiência de mais de 15 anos do próprio autor na gestão do seu escritório de advocacia, oferecendo um livre trânsito entre a estratégia do negócio e a gestão de pessoas.

4 Dicas para aprimorar a gestão do seu escritório de advocacia

Independentemente do setor no qual atua, toda empresa precisa encontrar uma forma de organizar processos e operações. Muitos empresários acabam se esquecendo de que é importante estabelecer normas no que diz respeito à rotina administrativa. Por essa razão, acabam por negligenciar pequenos processos que acabam comprometendo a produtividade da empresa como um todo. Empresários que tiveram uma sólida base sobre controle administrativo não sofrem tanto desse problema, mas aqueles que não tiveram – como os advogados – padecem com a falta de noção a respeito do assunto e a necessidade de se dedicar aos assuntos referentes à sua própria área, que muitas vezes se afasta bastante de tópicos de administração, contabilidade e finanças.

Todo escritório de advocacia possui pontos em comum com empresas que atuam no comércio, e como exemplo podemos citar: atendimento, contas a pagar e a receber, agenda, limpeza, organização do acervo documental, hierarquia entre sócios e demais colaboradores, definição do expediente e outros de semelhante natureza. O fato de que muitos advogados trabalham em regime autônomo pode ser fator decisivo para que deixem a disciplina escapar por entre os dedos.

Empresas que não priorizam uma boa gestão acabam trabalhando com produtividade inferior à sua real capacidade e estão sujeitas a gastar recursos de forma desnecessária. Por essa razão, é imprescindível determinar formas eficientes de gerir o escritório de advocacia em sua totalidade, ainda que os envolvidos não tenham uma noção profunda de estratégias administrativas. Para esse caso, separamos quatro dicas de gestão para escritórios de advocacia para que você possa definir a melhor forma de organizar a sua rotina.

Defina normas e regras da empresa

Uma empresa sem normas e regras é uma empresa sem rumo. Se você quer atuar ao sabor do vento, é conveniente que pare neste instante a sua leitura, para que não perca seu tempo. Por outro lado, se você pretende que o seu escritório alce voos mais altos, é preciso pensar na definição de algumas diretrizes.

Em primeiro lugar, é preciso pensar no objetivo da existência do escritório e em sua natureza. É temporário? Qual é a prioridade da alta lucratividade? O escritório tem foco em preparar estagiários para que se tornem novos profissionais? Uma vez definido o objetivo da empresa e sua natureza, é preciso começar a traçar o que pode e o que não pode, o que deve e o que não deve ser feito. Isso não deve se estender apenas aos colaboradores que dão suporte ao escritório, mas sim a todos os sócios.

Dê ênfase na importância de um bom atendimento

Isso não significa reunir a equipe e discursar longa e tediosamente sobre a importância de um bom atendimento, mas, sim, deixar bem claro (e isso se insere nas normas e regras) que o compromisso com o cliente é algo a ser levado a sério. O bom atendimento começa na recepção, quando o cliente chega no escritório e é atendido sem demora, e termina no encerramento de seu processo, depois de feito um bom trabalho.

Se uma reunião foi agendada, o colaborador deve estar pronto para cumprir esse compromisso, seguindo o princípio da boa pontualidade. Se documentos foram cedidos, o cuidado com o seu manuseio não deve abrir brecha para negligências e perdas. Por mais que pareçam detalhes simples, afetam diretamente a credibilidade do escritório perante a sociedade. Caso falhas deste tipo ocorram com frequência, podem representar uma grave fuga de clientes, o que afeta diretamente a rentabilidade da empresa.

Contrate um software jurídico

Uma das melhores alternativas da atualidade para pequenos, médios e grandes escritórios que não pretendem ampliar a equipe administrativa é a contratação de um software jurídico. O software jurídico é o melhor amigo da gestão de escritório de advocacia, porque contém ferramentas importantes capazes de prover uma organização eficiente de toda a rotina da empresa.

Softwares específicos para vários setores vêm sendo amplamente utilizados por diversas empresas devido ao custo-benefício interessantíssimo que representam. O software jurídico é feito por especialistas que conhecem profundamente a rotina de um escritório de advocacia e foi criado de modo a solucionar as principais dores dos advogados. A contratação é paga mensalmente e o valor depende do tamanho do plano contratado, o que significa mais flexibilidade na hora de contratar, além do bom uso do investimento para algo que atende adequadamente o tamanho do escritório, da equipe e da carteira de clientes.

O software jurídico da atualidade deve contar com diferentes módulos, sendo um para cada setor como: atendimento, finanças e módulos para advogados, de modo que cada um possui o seu espaço e todos os compromissos que lhes dizem respeito. Uma pessoa pode entrar no sistema como gestor para delegar tarefas, acompanhar os processos dos colaboradores e a rotina financeira, garantindo que nada saia do controle ao longo do tempo.

Reforce os laços com a sua equipe

Funcionários e colaboradores que pertencem a uma empresa mas que acreditam que trabalham apenas para eles mesmos são nocivos a qualquer tipo de sociedade. Toda empresa de sucesso é composta por uma boa equipe que trabalha unida, sempre se esforçando para melhorar o seu próprio trabalho e o do colega e com a consciência de que se chega mais longe quando se trabalha em uma boa parceria.

Para isso, você pode utilizar estratégias que despertam a união entre o pessoal e o profissional, como marcar reuniões periódicas dentro do horário de trabalho, sempre que houver tempo para isso (e se você tiver uma boa gestão do seu escritório de advocacia, certamente haverá). Isso aumenta o controle sobre tudo o que está acontecendo no mês, aproxima a equipe e ainda proporciona a sensação de ser ouvido, o que é extremamente importante para qualquer colaborador.

Opiniões precisam ser levadas em consideração, mesmo que não sejam colocadas em prática. O feedback é uma forma eficiente de conhecer melhor as pessoas que trabalham com você e saber do que são capazes. Portanto, tire um tempo para conversar com a sua equipe, marque happy hours e outros momentos de descontração para criar um vínculo que vá além do escritório.

Contencioso Trabalhista depois da Reforma

O contencioso trabalhista é um dos principais objetos de preocupação por parte das empresas, por isso a adoção de mecanismos de controle, por parte das empresas, é uma das demandas mais importantes para o advogado trabalhista dentro de qualquer estrutura empresarial. É importante que os administradores entendam que, mesmo com a reforma trabalhista implementada em novembro do último ano, ainda há sérios riscos para qualquer empresa com relação ao contencioso trabalhista, uma vez que sua redução ainda é dificultada pela complexidade de nossa legislação.

A reforma trabalhista, em razão das alterações promovidas, ainda apresenta inúmeras dúvidas para advogados e para a própria Justiça do Trabalho, tendo ocorrido algumas situações controversas por parte dos juízes, o que leva os advogados a buscarem constante atualização e criterioso acompanhamento de todos os processos com o tema.

Uma das áreas que mais exigiu, nos últimos anos, atenção por parte dos advogados, foi a terceirização de serviços, o sistema pelo qual a empresa transfere para uma contratada atividades secundárias, mantendo o foco na atividade-fim. A reforma, entre outras alterações, permite hoje que a empresa também possa contratar terceirizados para a atividade fim, dentro de determinadas regras que exigem maior atenção.

Legislação complexa para o Contencioso Trabalhista

As leis que envolvem as relações de trabalho, em alguns casos, exigem maior cuidado em sua interpretação, procurando evitar que as empresas possam cometer erros que levem ao contencioso trabalhista. Além da CLT, existe hoje a reforma trabalhista e as portarias do Ministério do Trabalho, as convenções coletivas e as convenções da Organização Internacional do Trabalho, que estabelecem normas que devem ser seguidas pelas empresas, o que ainda possibilita que medidas judiciais possam ser tomadas por parte de empregados e ex-empregados.

Os advogados devem mirar também na prevenção, mantendo o controle sobre todos os processos, desde sua elaboração até o acompanhamento, além de propostas de acordos. É necessário gerenciar todo o contencioso trabalhista segundo as necessidades de cada empresa, mantendo controle absoluto sobre tudo o que envolve os processos e procurando minimizar os possíveis riscos para as finanças empresariais.

Mesmo com a redução dos processos trabalhistas a partir da reforma implementada, ainda existem condições que podem categorizar uma infração às leis trabalhistas e, diante disso, o advogado deve analisar todas as questões que envolvem a contratação, procurando evitar que haja qualquer processo. Na hipótese de não poder evitar os processos, desde a recepção de qualquer reclamação, é essencial que o advogado analise toda a documentação, verificando as condições de contratação, as possíveis infrações ocorridas e como poderá atuar para que a empresa possa corrigir a situação.

Entre as principais demandas exigidas pelo contencioso trabalhista, podemos destacar:

  • O acompanhamento e a defesa em processos em andamento;
  • A análise e redação de acordos que possam ser feitos com reclamantes;
  • O suporte em recursos e a apresentação de contrarrazões, em caso de constatação de falhas por parte do advogado reclamante;
  • Negociações com o sindicato da categoria, sempre que houver alguma demanda;
  • Ações contra empregados ou ex-empregados pela recuperação de danos ou prejuízos, quando for o caso;
  • Treinamento e orientação de prepostos trabalhistas;
  • Implementação de uma política de acordos, quando houver maior número de processos;
  • Elaboração de relatórios com avaliação de riscos futuros;
  • Controle de prazos processuais e de audiências;
  • Análise das iniciais e apresentação da documentação necessária.

É importante, no entanto, entender que cada empresa apresenta determinadas necessidades e, dessa forma, cada caso ou processo trabalhista deve ser analisado de acordo com as características da própria empresa e do processo em questão.

A perícia judicial após reforma trabalhista

Veremos que de fato, os peritos judiciais estarão trabalhando menos; no entanto, recebendo honorários equivalentes, em razão da inexistência da frustração de honorários periciais de pedidos levianos.

Como anunciado anteriormente, a reforma trabalhista iria reduzir o número de ingresso de processos. Foi o que de fato aconteceu, após seis meses da reforma, o TST – Tribunal Superior do Trabalho – anuncia queda de 40,8% no número de ações na Justiça do Trabalho, com relação ao mesmo período do ano passado.

A imprensa já noticiava que nos primeiros três meses de vigência da reforma trabalhista, o número de novas ações abertas na Justiça foi reduzido pela metade em relação ao mesmo período de um ano atrás – de 571 mil para 295 mil. A mesma matéria também noticiava um fenômeno: os pedidos de indenização por dano moral e adicional de insalubridade e periculosidade praticamente desapareceram.

Para alguns, a reforma trabalhista inibiu o trabalhador de buscar seus direitos junto à Justiça do Trabalho; para outros, a reforma apenas penalizou o reclamante aventureiro ao ingressar com ações temerárias.

No caso da perícia judicial também ocorreu um fenômeno. Houve sensível redução da quantidade de perícias nomeadas, até mesmo porque o número de processos se reduziu. No entanto, a quantidade de perícias terá um declínio superior a 40%, uma vez que nem todo processo se arriscará em requerer perícia, em razão do pagamento dos honorários periciais. Porém, este reduzido número de perícias, como já estão sentido os peritos judiciais, são pedidos certeiros.

Vários peritos têm manifestado que progressivamente, o número de perícias favoráveis aos reclamantes está crescendo de forma expressiva, o que demonstra que os pedidos já não são tão temerários como anteriormente e, patronos e reclamantes não estão mais jogando a loteria jurisdicional.

Enfim, ao longo do tempo veremos que de fato, os peritos judiciais estarão trabalhando menos; no entanto, recebendo honorários equivalentes, em razão da inexistência da frustração de honorários periciais de pedidos levianos.